sábado, fevereiro 25, 2006

Invoco

Invoco de novo a mim o dia da criação
Invoco-o para o amaldiçoar desta demanda
Desta poderosa luz que me conduz
E me favorece a fuga deste casulo
De onde bem antes da matilha escapo
Buscando uma rota, uma fronteira para a interrogação
Quando nas entranhas um frémito absinto me consome.
Num eco gelado, vejo meu epitáfio,
Meu purgatório das almas,
Nele busco permanecer
Como marina para namoro vassalo
Onde pinto
nesta tela tingida por paleta de verbo, sal e negra tinta,
Las Vegas,
Um cristal de lágrima,
Um fecho de requiem para crisálida,
Uma missiva de sopro
Um iceberg sem porto
Na qual pela força da culatra
Identifico-me a título póstumo
Querendo conhecer para lá do mar
Nova vida, a qual ostento dizer
Game Over

2 Comments:

Blogger Joaquim Amândio Santos said...

deposito-lhe uma firme amizade sem fim.
emocionou-me como poucos.
deu um novo sentido à poesia que assumo, sem mácula.

lá em cima, os deuses interrogam-se pela ausência passada do arrojo que agora você ostenta.

puro. tocando as raias da perfeição!

1:23 da tarde  
Blogger --------------- said...

Um belo quadro, com a qualidade exigida por cada uma das peças que o compõem...:)Parabéns

3:49 da tarde  

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